30/05/2015

CASAMENTO- para onde vai nossa intimidade

 

CASAMENTO

Para onde vai nossa intimidade?

 

 

E a nossa intimidade... Como fica diante do casamento?

        Vivemos buscando uma relação de acasalamento. No início tudo e fantasia, tudo é maravilhoso e aquela pessoa que está em nossa frente parece ser a pessoa mais perfeita do mundo. Somos capazes de brigar por ela... Exagerando um pouco dar nossa vida por ela.

        No entanto algum tempo vai se passando e começamos a conviver quase que diariamente com ela. E aqueles encantos... Onde estão? O que aconteceram com eles? Porque não sentimos mais aquele frenesi? porque não conseguimos mais ver aqueles valores diante daquela pessoa do nosso lado? Parece que tudo foi se ruindo com o tempo.

        A insatisfação e o tédio fizeram com que um não se importasse mais com o outro. Ou um deixasse de se conectar com o outro por ele se encontrar sempre ausente, sempre encontrando desculpas... Penso nos negócios..”penso não sei no que”, em função do nosso eu mal resolvido e dilacerado vamos inventando histórias que vão nos afastando do outro.

        E então ficamos sonhando em meio a devaneios com as “adoráveis pessoas” que um dia virá para nós... Precisamos sempre ser infelizes nos momentos em que poderíamos viver todo o frenesi de uma relação.

        No entanto, o mais agravante do nosso eu e naquela pequena sobra de tempo do relacionamento em que se poderia descansar por um momento, a pessoa não consegue necessita continuar com a adrenalina causando um fator de estresse, não descansa continua vivendo e “curtindo” a relação levando-o a um caos num processo degenerador que é começar a fazer perguntas capciosas para o outro. Sobre o passado desse outro. Como alguém os ex- faziam isto ou aquilo......

        As respostas são bem variadas, como somos  egocêntricos temos a tendência do exagero nas resposta , fantasiando-as sempre um pouco mais . Relatamos os outros relacionamentos do passado como algo cheio de magia.

        Como fica a cabeça do outro que ouve todo este passado?

        Certamente parte deste relacionamento vai  adoecerá psiquicamente e a confiança em oscilação. Por quê? Porque o companheiro que ouve as histórias exageradamente maravilhosas sente-se um Zé ninguém e vai querer buscar pessoas no mesmo nível, pois ninguém se sente tão maravilhoso ao mesmo nível de invenções da cabeça do narrador.

        Falar do passado, de pessoas de nossas histórias, de cantadas atuais normalmente não farão o outro te valorizar mais.  Há probabilidade maior e de que provavelmente aconteça um efeito rebote, quem ouviu sentirá um certo desequilíbrio, e com o passar dos dias e das horas a análise dos fatos ouvidos vai tomando uma forma estranha com a sensação de rejeição que vai bulindo dentro do nosso eu . Uma bola relacionado aquela pessoa (contador da estória) vai crescendo. O receptor vai desistindo pouco a pouco do narrador, afinal “ele é muito bom...não vai me querer...então melhor desistir logo”. Principalmente se surgir nesse meio tempo alguém que não tenha histórias tão maravilhosas, que não tiveram tantos relacionamentos, tantos amores......extasiantes.

        Quem conta sabe que nem foi tão bom assim, mas não sabe que está matando a autoestima do outro, que este outro forjar sua sobrevivência de uma forma mais amena irá desistindo aos poucos ou até abandoná-lo internamente para sempre. Poderá até viver com ele, mas  a cumplicidade já estará comprometida.

        Se você fala do cheiro de outra pessoa que era bom, seu parceiro tenderá a sentir-se um leproso perto de você, mas se aproximará de outro que irá amar o seu cheiro. Por isso tantas mudanças, tanta troca de relacionamentos.

        Muitos nunca pararam para pensar em dados tão simples e que comprometem tanto o relacionamento.

        E então fica a questão. É bom contar todas as suas histórias, ou é melhor mantê-las para si?

        Você sabe que a cada história contada é um risco da perda do amor do outro???