12/07/2015

ESQUIZOFRENIAS

Alucinação - É a percepção real de um objeto inexistente, são percepções sem estímulo externo. A convicção parece ser real tendo em vista a convicção inabalável da pessoa que alucina com relação ao objeto alucinado. O indíviduo que tem alucinações percebe o objeto alucinado tão nitidamente quanto os objetos da vida real.

A alucinação pode conter muitos complementos como as alterações dos estímulos visuais, ambientais cores demasiadas.

CLASSIFICAÇÃO: (segundo o DSM-IV)

a) Transtorno Esquizofrênico: é uma perturbação em que a psicose dura pelo menos 6 meses, incluindo pelo menos 1 mês de sintomas da fase ativa (que se caracteriza pela presença de dois ou mais dos seguintes critérios: delírios, alucinações, discurso desorganizado, comportamento amplamente desorganizado ou catatônico, sintomas negativos). Implica em um desempenho prejudicado das atividades do dia-a-dia (escolares, domésticas); ausência de síndrome depressiva ou maníaca completa (caso uma síndrome afetiva, geralmente depressiva, esteja presente, ela se desenvolveu após o surgimento dos sintomas psicóticos, ou então que a duração desta seja menor do que a da síndrome psicótica. Algumas alucinações específicas são muito sugestivas (em especial as auditivas), o afeto costuma estar embotado, e outros sintomas negativos podem estar presentes.

b) Transtorno Esquizofreniforme: é semelhante à esquizofrenia, porém de mais curta duração (de 1 a 6 meses) e não exige uma deterioração funcional tão acentuada quanto a esquizofrenia.

c) Transtorno Esquizoafetivo: é um diagnóstico de exceção, quando realmente não puder ser feito o diagnóstico diferencial entre esquizofrenia e transtorno afetivo maior com manifestações psicóticas, sendo uma perturbação na qual um episódio de humor e sintomas da fase ativa da esquizofrenia ocorrem juntos, precedidos ou seguidos de pelo menos duas semanas de delírios ou alucinações sem sintomatologia proeminente de humor.

d) Transtorno Delirante: delírios persecutórios, de ciúmes, hipocondríacos, somáticos, grandiosos, erotomaníacos ou outros. Os delírios não devem ser bizarros e devem durar pelo menos 1 mês, sem outros sintomas da fase ativa da esquizofrenia (não costuma haver alucinações e se presentes não são proeminentes, nem incoerência do pensamento ou afrouxamento das associações). O afeto está de acordo com o conteúdo do pensamento (desconfiança e raiva, hostilidade).

e) Transtorno Psicótico Breve: é uma perturbação psicótica que dura pelo menos 1 dia e tem remissão dentro de 1 mês, devida ou não a um importante fator desencadeante ambiental (morte de familiar significativo, importante mudança sócio- ocupacional, etc...) ou com início no período pós-parto.

f) Transtorno Psicótico Compartilhado (folie à deux): o delírio desenvolve-se em um indivíduo no contexto de um relacionamento próximo com outro indivíduo que também apresenta o delírio, e na ausência de outro distúrbio psicótico (esquizofrenia ou transtorno de humor com sintomas psicóticos).

g) Transtorno Psicótico Devido a uma Condição Médica Geral: os sintomas psicóticos são considerados como decorrentes de uma condição médica geral.

h) Transtorno Psicótico Induzido por Substância: os sintomas psicóticos são considerados uma conseqüência fisiológica direta de uma droga de abuso, medicação ou exposição a determinada substância.

i) Transtorno Psicótico sem Outra Especificação: é uma categoria incluída para classificar os quadros psicóticos que não satisfaçam os critérios para as condições vistas acima, ou então para aquelas sobre as quais não existam informações em quantidade e qualidade necessárias para o diagnóstico. 

Sensação de despersonalização – O indivíduo divaga: quem sou eu? Sou eu-eu? Sou eu-outro?

ESQUIZOFRENIAS.

O mundo interior do esquizofrênico é confuso, demarcando por algumas mudanças que até então não aconteciam como; vozes estranhas, alucinações, paranoia e pensamento ilógico.

É utilizado o termo esquizofrenia para um grupo de sintomas psicológicos específicos descritos que na maioria dos casos uma desorganização da personalidade do paciente. Os sintomas atingem o pensamento, as emoções e até o comportamento motor, diferenciando muito como acontece com um paciente e outro.

 A palavra esquizofrenia hoje traz a tona nomes como John Nash e Andrea Yates retratados no filme “Uma Mente Brilhante”. No filme há um gênio da matemática e recebeu o premio Nobel por seu trabalho. No entanto quando jovem sofreu um distúrbio cerebral serio que o perturbou tão profundamente trazendo como consequência algumas perdas na vida acadêmica e levando a vida de maneira instável durante alguns anos, depois parece ter acontecido uma remissão com um esforço enorme.

        Varias são as descrições do que o esquizofrênico é capaz de fazer. Muitos demonstram inteligência abaixo da media, mesmo antes de apresentarem os sintomas com a certeza de que o QI apresentara queda com o avançar da doença. Poucos são os que conseguem um trabalho remunerado.

        A esquizofrenia pode ser tratada com medicamentos e psicoterapia, mas os anti psicóticos apresentam eficácia em apenas vinte por cento dos pacientes, muitos abandonam a medicação em função dos efeitos colaterais que esses apresentam. Dois terços obtêm alivio com os antipsicoticos mantendo sintomas por toda a vida, e o restante não apresenta resposta significativa.

        Neurologicamente há algumas teorias, uma delas e que as células cerebrais comunicam com os neurotransmissores que podem excitar ou inibir outros neurônios. Os estudos durante décadas focaram em um único neurotransmissor a dopamina.

Nos últimos anos os estudos avançaram mostrando que o desequilíbrio nos níveis dopaminérgicos e apenas parte em seguida os estudos colocaram em questão outro neurotransmissor, o glutamato e como resultado os cientistas estão a busca de conseguir um tratamento que venha a reverter o déficit de glutamato subjacente.

        Na busca de um tratamento eficaz os estudos baseiam-se em sintomas denominados positivo, negativo e cognitivo.

        Parece ser mais familiar o estilo positivo, apresentando agitação, delírio paranoide (o paciente acredita que estão conspirando contra ele), nas alucinações ouve vozes de comando que instigam a violência que pode ser contra os demais ou contra si mesmo, sendo assim podem agir violentamente.

        Os sintomas negativos e cognitivos apresentam-se com menos gravidade porem persistentes. Pode surgir a perda de interesse pelo ambiente e pessoas. Atitudes de ambivalência amam e odeiam ao mesmo tempo e ainda o embotamento afetivo manifestado por expressão facial suave e imperturbável além da perda de associação em que o paciente desencadeia pensamentos sem uma logica misturando com falas sem sentido. Outros sintomas- falta de espontaneidade- discurso pobre – dificuldade de estabelecer uma relação e lentidão nos movimentos. O principal problema ocorre na família que tem tendência a interpretar as atitudes como indolentes e muito pouco como sintoma da doença.

        Nos testes psiquiátricos e psicológicos em que envolva escrita os resultados obtidos demonstram padrão de disfunção generalizada. Todas as áreas do cérebro parecem estar afetadas inclusive a questão psicomotora, tais como dificuldade na memoria e também em formar novas memorias, movimentar os dedos na escrita ou desenhos também ficam comprometidos principalmente quando o sintoma encontra-se instalado. Enfim dificuldade em lidar com os problemas simples da vida. Há alguns esquizofrênicos que roubam a personalidade analisando as qualidades do outro e assumindo a sua personalidade na tentativa de obter sucesso, no inicio ate conseguem, com o passar do tempo vai se esvaindo e a personalidade do esquizofrênico surge.

        A idade em que é possível observar o inicio da esquizofrenia é de 15 a 25 anos. Muito comum aos 18, tanto que já ouvimos muitas vezes aquela frase “ele estudou demais e daí...”

Herbefrenica- caracteriza-se por desordem no pensamento, perda de vontade do eu. Pensamentos vagos e difusos passando a impressão de uma pessoa sem destino e sem objetivos na vida real, em estados mais avançados podem ser portador de estados de devaneios permanente.

- Dificuldade de concentração na leitura ou em um trabalho necessitando na maioria das vezes de supervisão.

- São atraídos por ideias sem fundamentos científicos, estão sempre na superfície, sentem-se verdadeiros filósofos e cientistas, no entanto, seus pensamentos são frágeis não conseguindo levar avante uma ideia, defender um pensamento, consideram-se grandes descobridores, verdadeiros inventores que ficam apenas nas primeiras impressões e desejos como umas pretensões não conseguem levar adiante os ideais e nem possuem conhecimento profundo sobre determinados assuntos. Conseguem até impressionar em uma primeira ou segunda conversa, porém rapidamente é possível perceber a falta de substancia, falta de conhecimento e profundidade no assunto.

Os sintomas vêm acompanhados também de insensibilidade emocional, juntamente com desordem do pensamento e perda de vontade do eu. Os portadores da esquizofrenia herbefrenica podem conseguir no primeiro momento impressionar como uma pessoa inteligente e grande conhecedor de diversos assuntos. No entanto em um segundo ou terceiro contato mais próximo é possível perceber falta de conteúdo e de identidade dessas pessoas.

        Os herbefrenicos pelo pensamento perdido e difuso acaba tornando-se um ser sem destino e sem objetivos na vida, e...em casos mais graves estado de devaneio permanente. Percebe- se rapidamente o quadro por serem pessoas que não conseguem concentra-se em uma leitura ou trabalho (necessitam de supervisão). São atraídos como um imã por ideias pseudocientíficas ou pseudofilosofias. Acreditam que são profundos conhecedores da verdade e que podem resolver o problema de muitas pessoas, devaneiam ainda que poderão ser descobertos como grandes inventores com um detalhe importante acompanhado de nenhuma atividade.

Tem dificuldades em atividades em que exijam concentração como ler, jogar estilos de jogos que exijam raciocínio, preverem ficar em um discurso pseudofilosófico, vivenciando apenas o básico da vida. Acreditam serem grandes inventores e dificilmente conseguem obter a percepção do nada em que vive.

Há a herbefrenia crônica e alternada, nesse caso da alternada muitos até conseguem realizar uma atividade profissional.

Em surtos perdem a noção dos valores sociais e de vida, são mais dirigidos pelo instinto.

É comum a exacerbação da conduta sexual, que pode ir desde a masturbação excessiva a promiscuidade. Na tentativa de provar uma inteligência avançada tornam-se bizarros, em contato com outros não percebem que estão com uma fala perdida e sem sequência de ideias.

Muitos portadores de esquizofrenia herbefrenica utilizam-se de um riso diferenciado, típico. Não é comum crises agressivas.

A necessidade de diagnóstico diferencial é imprescindível considerando-se que essa patologia tem uma identidade com diversas patologias, oscilando e as vezes passando até despercebida.

 

Esquizofrenia Paranóide- O diagnóstico diferencial das esquizofrenias é minucioso. Há de se levar em conta que misturam-se os sintomas ou pode ocorrer um surto paranoico; este amenizar e em seguida surgir um surto catatônico. Pode-se dizer que os sintomas fundem-se levando o profissional a uma observação detalhada antes do diagnóstico.

        A esquizofrenia paranoide pode vir acompanhada de delírios concomitantemente ou seguido de interpretações delirantes. Está presente os distúrbios de pensamento, de sentimentos e vontade.

        As idéias delirantes são mais ou menos lógicas e livres de motivação emocional.

Esquizofrenias catatônicas – Resumidamente na esquizofrenia catatônica observamos uma obnubilação ou estupor, com variações de um bloqueio total ou momentâneo- Limitações de movimentos, com postura fixa em ausência total de distanciamento de seu “eu”.

        Diversas são as definições Para Gross M. e outros seria descrito como inibição motora imitando um freio que dificulta o curso de todos os movimentos. O bloqueio funciona como aquele que vai deter o impulso.

Como sintomas pode surgir distração excessiva, imobilidade transitória ou generalizada. Ausência de si (autismo).

- Desinteresse ao que se passa em volta.

Quando o quadro se agrava pode surgir diversos sintomas catatônicos, como; recusa em alimentar-se, sujar a roupa com fezes ou urina.

- Recusa na aceitação de ordens para vestir-se, levantar-se, lavar-se..

- Rigidez física que pode durar alguns dias, indiferença ao ser tocado, deita-se de qualquer forma mesmo desconfortável como dormir sentado.

Às vezes ficam em movimentos repetitivos de balanceios.

- Estereotipia de conduta e postura, as estereotipias podem ocorrer de estilos mais variados englobando desde o comportamento motor neurológico até atos bizarros como balançar as mãos.

 

 

OLIGOFRENIA – Ocorre por um erro congênito do metabolismo, transmitido como uma doença autossômica recessiva. O organismo fica incapaz de transformar a fenilalanina em tirosina. Não descobrindo a deficiência a tempo e não tratada o quadro clinico será de retardo mental, convulsões e deficiência de pigmentação nos cabelos.

        Para as pessoas a fenilalanina é um ingrediente indispensável do regime alimentar para a síntese proteica.

        A hidroxilação da fenilalanina e a transformação em tirosina é um ingrediente necessário, complexo dependendo de vários elementos não proteicos. Em um organismo normal a hidroxilase da fenilalanina é encontrada no fígado, rins, pâncreas.

        Na fenilcetonuria a hidroxilase de fenilalanina traz uma composição diferenciada (anormal), fazendo com que a propriedade enzimática se encontre ausente. (Lewis R. Rowland) ao descrever as doenças hereditárias devido a erros metabólicos descreve que também a segunda enzima necessária para hidroxilaçao da fenilalanina chamada redutase de diidropteridina existe em quantidade normal na fenilcetonuria, porém no caso específico dessa doença a presença pode se apresentar em quantidade insuficiente.

        É possível detectar o problema da criança no nascimento em que a fenilcetonuria apresenta pequeno aumento dos níveis sanguíneos de fenilalanina faltando a atividade da hidroxilase fenilalanínica levando a um acumulo desse aminoácido derivado das proteínas alimentares no sangue e no liquor, pois grandes quantidades de fenilanina são eliminadas através da urina. Decompondo-se a fenilalanina será substituída pela transformação em ácido fenilpirúvico, ácido fenilacético e fenilacetiglutamina. O ácido fenilpirúvico aparecerá pela primeira vez na urina entre o segundo e 34 dias de vida.

Das alterações cerebrais; As alterações cerebrais serão difusas e inespecíficas afetando a substancia branca e a cinzenta.

        As crianças portadoras de tal deficiência não apresentam anormalidades específicas após o nascimento, mas logo nos dois meses de vida costumam apresentar vômitos e irritação.

        Em termos de desenvolvimento psicomotor será observado entre 4 e 9 meses de vida. O retardo é variável pode ser leve ou grave, quando grave pode impedir o desenvolvimento da linguagem e ter inclusive dificuldades nos hábitos higiênicos, em casos acentuados observam-se também convulsões que com o avançar da idade será os ataques epilépticos.

        O cérebro crescerá um pouco menos que o normal; no microscópio é possível observar estratificação normal das camadas corticais atrasando a migração de neuroblastose de heteretopia da substancia cinzenta. Já é possível perceber tal alteração no terceiro trimestre da gravidez.

        Outro fator é a mielinização insuficiente, mesmo não sendo observada a degeneração da mielina esta apresentará cor pálida acompanhada de glicose com distribuição irregular. Vacúolos são encontrados na substancia branca central dos hemisférios cerebrais bem como no cerebelo. Perceberemos também a diminuição na substancia negra.