03/11/2015

MEMÓRIA

 

17. MEMÓRIA:

 

Pode se definir memoria dizendo que a memória é a soma de acontecimentos vividos, de lembranças que estão na consciência e a precisão como essas são lembradas. Duas condições são necessárias para manutenção de lembranças escolhidas pela consciência: A capacidade de fixação e evocação.

Na fixação vai ocorrer a capacidade de integrar as novas impressões vividas, interagir com a consciência, aumentando assim a quantidade de material mnemônico. A fixação vai perdurar por mais tempo quando houver mais repetição do mesmo fato, ou a interação com o mesmo objeto.

Na evocação ocorre o fenômeno de reviver situações escolhidas pelo indivíduo que estão armazenadas no cérebro, a evocação ocorre livremente, depende apenas da vontade e do desejo do indivíduo. Para haver uma lembrança eficaz é necessária a compreensão do objeto para o qual a atenção está voltada dependendo sempre da vontade e desejo.

Os autores diferem uns dos outros quanto a questão de que a memória é um processo puramente fisiológico, enquanto outros defendem o ponto de vista que vai depender do desejo do indivíduo em manter a atenção e aumentar a capacidade mnemônica.

Quanto aos tipos de memória são de curto prazo e longo prazo. A memória a curto prazo pode servir de transição para a memória de longo prazo.

Consiste em três estágios a distinção de memória; codificação, armazenamento e recuperação. A codificação exige atenção para colocar na memória a curto prazo (isso significa que grande parte das vivencias não entra na memória de curto prazo), o que muitos consideram como problemas de memória são na verdade lapsos da atenção.

Codificação: Envolve o processo de entrada e registro inicial da informação e a capacidade de mantê-la ativa para o processo de armazenamento.

 

Armazenamento: é a capacidade de reter e conservar as informações, e serão utilizadas sempre que necessário. A retenção pode permanecer por períodos mais ou menos longos. Para que seja recordada, a experiência codificada tem de deixar algum registo no sistema nervoso (traço mnésico), este tem de ser armazenado de forma permanente para permitir a sua utilização futura. A retenção é uma condição necessária para a recuperação pois não se recorda o que não se sabe.

Recuperação: quando se torna necessário as informações são ativadas e recuperadas, para as utilizar na experiência presente. É o momento em que a pessoa tenta lembrar-se dos conteúdos que armazenou anteriormente. Uma das formas de recuperar as informações armazenadas é através da recordação, que diz respeito aos nossos esforços para produzir informação a partir da memória, em resposta a um determinado estímulo. Os processos de recordação são responsáveis pelo acesso à informação retida na memória e incluem, entre outros, processos explícitos ou diretos como a evocação e reconhecimento e processos implícitos ou indiretos como a reaprendizagem e ativação. 


 

Esquecimento – podemos guardar itens na memória por determinado tempo, mas podem ser brevemente esquecidos. O esquecimento ocorre porque os itens são deslocados por outros mais recentes, ou porque degeneraram-se com o passar do tempo.

Existe também as recordações em flash, que torna-se um registro permanente e que pode estar carregado de conteúdos emocionais. Quando esse conteúdo ocorreu de forma negativa pode impedir a recuperação de dados.

As pessoas portadoras de transtorno amnéstico apresentam comprometimento em sua capacidade de aprender novas informações ou são incapazes de recordar eventos passados.

Transtornos de memória são considerados aqueles que trazem sérios prejuízos para convivência social, emocional e até ocupacional e não estão necessariamente relacionados à demência ou durante um delírio. Devemos levar em conta também a necessidade de que nossa mente precisa estar processando dados constantemente e caso a memória esteja afetada tais dados ficam comprometidos. Muitas vezes a memória falha de acordo com a localização e gravidade do dano cerebral

A deficiência de memória é mais perceptível em tarefas que exigem a recordação espontânea e pode também ser evidenciado quando o examinador oferece estímulos que devem ser recordados pela pessoa, em um momento posterior. Dependendo da área cerebral específica afetada, os déficits podem estar relacionados, predominantemente, a estímulos verbais ou visuais enquanto que em outros transtornos a pessoa recorda fatos longínquos e não consegue lembrar fatos recentes.

     Um teste rápido é pedir ao indivíduo uma cadeia sequência de números ou palavras, mostrando um estímulo visual ou de forma auditiva. Há de levar em consideração um transtorno exclusivo da memória diferente de memória e outros complementos (demência, delírio, certas doenças...) ou estados (álcool, drogas...)

Memória imediata, memória auditiva e memória visual, constituem modalidades fundamentais para o desenvolvimento intelectual e neurológico, influenciando no processo de aprendizagem e no desenvolvimento de outras estruturas cognitivas.

 A soma de todas as lembranças existentes e as aptidões que determinam a extensão e a precisão dessas lembranças é a capacidade em reter e lembrar informações.

Segundo Mussen (1982), a capacidade que a criança adquire em reter informações aumenta com o passar do tempo. Não se sabe bem o mecanismo que leva a aumentar gradativamente a capacidade de memorização, o que se conhece desse mecanismo é que as crianças com mais idade aprendem estratégias de acumular informações, o que a criança nova ainda não faz.

A memória envolve três estágios: Codificação, Armazenagem e Recuperação. E diferentes memórias podem ser utilizadas para armazenar informações a curto ou longo prazo. Vejamos um exemplo: Levantemos a hipótese de que ao passear pelo parque esta manhã você conheça uma pessoa e no meio de uma conversa amigável ela diz que o nome dela é ´Paula Moura´, no mesmo dia a tarde quando você vai ao supermercado e vê a mesma pessoa, imediatamente você se dirige a ela: - Como Vai Paula?

Vamos tomar as divisões supracitadas. Ao conversar você introduziu em sua mente o nome Paula Moura (codificando estes dados), feito isto com o segundo processo, o armazenamento, e ao encontrá-la novamente recuperou o dado codificado.

A memorização da criança melhora, sobretudo no período das operações concretas (aproximadamente início dos sete anos).

Crianças com quatro anos de idade podem recordar apenas três ou quatro números imediatamente após ouvi-los, sendo que aos 12 anos podem recordar sete ou seis números.

Davidoff (1993) comenta que existem três depósitos de memória. Veremos a seguir:

Imagine que alguém contou um fato a você. Essas informações ficam retidas momentaneamente por um sistema de armazenamento denominado memória sensorial ou depósito sensorial.

Estas imagens retidas se parecem com outra, há uma sensação de igualdade, no entanto, sensivelmente desaparece em menos de um segundo, a não ser que passem por outro sistema de imagens denominado memória a curto prazo. Para, entretanto, acontecer tal fato, basta prestar atenção apenas momentaneamente na determinada informação, ouvir o fato decodificando, os sons em palavras significativas.

De acordo com Atkinson e Shifrin (1983 apud DAVIDOFF, 1983), em qualquer momento a atividade a curto prazo está processando informações a respeito do que o sujeito está vendo ou ouvindo. Este sistema de memória abriga temporariamente um material, e é em geral o tempo de mais ou menos 15 segundos.

Através da repetição, a informação pode ser armazenada na memória a certo prazo por um período de tempo maior. Este tipo de memória além de possuir característica de depósito de informação, também funciona como “executivo central”. Além dessa função de armazenamento também retira dados de um terceiro sistema, que se pode considerar permanentemente memória, denomina-se memória ao longo prazo.

Pensar, no entanto, vagamente sobre algo, dificilmente este dado se armazenará na memória a longo prazo, podendo ficar retido na memória por minutos, a curto prazo. Para não perder a informação que lhe seja interessante, deve-se processá-la profundamente onde durante este processo, os passos utilizam “estratégias de elaboração ou estratégia de repetição elaborativa”, envolvendo assim, muita atenção, relacionamento da nova informação com a outra já existente na memória. Parece, entretanto, que a simples repetição pode ser necessária para que a informação fique armazenada na memória à longo prazo. Os sistemas citados: curto e longo prazo comunicam-se constantemente.

O sistema ao curto prazo é responsável tanto pelas lembranças recentes como pelas lembranças passadas.

Para HOWE (cit in Richard e Majill, 1984), a palavra memória é usada para denotar uma capacidade de recordar, não é uma explicação de recordar-se, sendo a recordação um processo ativo e retenção um processo passivo, ambos fazem parte da memória.

Este mesmo autor comenta que o controle de processo da memória está sob o domínio do indivíduo. Esses processos são três basicamente: armazenamento, organização e recuperação de informações.

O armazenamento de informação do movimento dá oportunidade ao indivíduo, na medida em que envolve a codificação de lembrar o que é respectivo movimento.

Quando existe o estímulo, as relações de vivências ficam registradas. Quanto mais se repetir mais duradouro vai ser o traço mnemônico. A memória nunca está sozinha, é necessária a percepção e a sensação. De todas estas sensações, percepções vão ficando um traço mnêmico em nosso cérebro. Quanto mais forte for o nosso interesse, mais forte será o teste mnêmico. Quanto maior ele tiver relação, tiver com situações regressas do propósito, vão ficar mais fortes.

O esquecimento não deve ser visto apenas sob o aspecto passivo, e também ativo à medida que acomoda novas informações, melhorando-as, esculpindo, ou seja, deixando memorias irrelevantes substituindo informações ultrapassadas e atualizando-as.

Memória de Fixação – Capacidade da memória em registrar fatos novos.

Memória evocação – Capacidade de representação no campo da consciência, apresentações interiores que podem ser manipuladas por nós. As memorias são estocadas em circuitos onde a participação cortical e fundamental. Não consideramos uma única região cortical como responsável pelo armazenamento de toda informação, diversas são as áreas que participam contribuindo de maneira peculiar. Ao recordarmos determinado objeto, por exemplo, várias são as áreas atividades como aquelas que recordam cor, sabor...

   Na evocação existe um processo que exige motivação e emprego de ideias adequadas na busca de dados, adequação e comparação com a ideia original.

Pensamento - Elabora conceitos, articula juízos, constrói, compara, soluciona problemas, elabora conhecimentos adquiridos, transforma, cria.

Existem algumas variações no pensamento que pode ser expresso acelerado ou retardado.

Fuga de Ideias - Muda de assunto a todo instante, sem continuidade alterando automaticamente a linguagem (comum na fase de mania).

Interceptação ou Bloqueio – A pessoa está falando e para repentinamente, mais comum na esquizofrenia.

Prolixidade – Inicia um assunto, faz rodeios diversos sem chegar ao conteúdo principal, esta desordem do pensamento e da linguagem deixa a pessoa cansativa, enfadonha.

Alterações da Memória         

Diversos fatores influenciam nas alterações de memória. Com a idade algumas pessoas ficam um pouco mais lentas e menos precisas, perdem muito das percepções enquanto outras continuam intactas e com memória imediata infalível. Algumas circunstâncias influenciam no desgaste da capacidade de armazenar memória, entre elas estão o excesso de informação, o estresse, a diminuição de hormônios tanto no homem quanto na mulher.

Síndromes Amnéstica – advém de uma provável desconexão entre os córtices primários e suas áreas de associação e os componentes do sistema límbico como córtex temporal medial e anterior, órbito-frontal e parietal posterior, hipotálamo, hipocampo, tálamo, amígdala e giro do cíngulo. Várias condições neurológicas como infartos, epilepsia, encefalopatias metabólicas e infecciosas, processos desmielinizantes e degenerativos cursam com lesões em diferentes estruturas e subsistemas, determinando diferentes tipos de síndromes amnésticas.

Hipermnésia – Não depende da vontade, a pessoa começa a representar no campo da vivência anterior com muito maior clareza, em situações especiais e em situações patológicas. A manifestação é comum nos casos febris, epilepsia, intoxicação, em algumas esquizofrenias e em casos de afogamento.

Não há um aumento da memória, mas sim a lembrança de determinados acontecimentos anteriores. Quando a idade avança um pouco mais e há alterações é comum o idoso lembrar-se de fatos da infância, mas não se lembra do que aconteceu ontem.

Em alguns casos de afogamento as pessoas relataram a experiência de ter visto toda sua vida passar à sua frente em câmera lenta e em questão de segundos ela vê desde acontecimentos importantes até fatos irrisórios do passado.

Recordação Obsessiva - Não chega a ser uma alteração propriamente dita e sim um conflito neurótico. A todo momento a pessoa tem ideias, pode ser a mesma repetidamente, ou diferente. Surge no campo da consciência.

Hipomnésia – Diminuição do número de lembranças evocadas na unidade de tempo. Pode ocorrer em neuroses e intoxicações. Pode funcionar como um mecanismo de defesa, uma diminuição da memória em função de fatos desagradáveis.

Amnésia – A pessoa não consegue evocar, nem fixar nada. A duração é de um período de tempo variável, pode ser muita ou poucas horas.

Amnésia Retrógada – Traumatismos, esquecimentos de fatos recentes. É comum na terceira idade.

Amnésia Ante retrograda – Esquecimento de fatos anteriores, no entanto consegue fixar bem de hoje em diante. Comum em casos de derrames e hemorragias. Ocorre momentaneamente no cérebro.

Amnésia Retro ante retrógrada – Característica nas demências e quadros orgânicos.

Amnésia Catatímica Retrógrada – São reações emocionais. A pessoa consegue apagar do campo da consciência os acontecimentos desagradáveis.

Ilusões Mnêmicas – Acrescentar ou retirar de uma situação novos elementos. A pessoa vê coisas que não existe e representa, não consegue separar isso da realidade, coloca como se estivesse vivenciando a situação. Mais comum em quadros de histeria, esquizofrenia.

Fabulações – A pessoa não consegue fazer um juízo falso ou verdadeiro do que ele disse relato de coisas fantásticas que na verdade nunca aconteceram. O conteúdo da fabulação é sempre renovado.

Fenômeno Já Visto – A pessoa vive uma situação inteiramente nova e acha que já vivenciou esta mesma situação anteriormente.

Criptomnésia – A pessoa escuta uma coisa, grava o fenômeno e o registro fica falseado. A pessoa passa usar uma lembrança que recebe como se os fatos da lembrança fosse dela. É falseado por instâncias emocionais.

Doença de Alzheimer - Uma das doenças amnésticas progressiva é a Doença de Alzheimer, degeneração cognitiva adquirida mais comum e principal causa de demência.      O sintoma apresentado inicialmente é a dificuldade de memória para fatos recentes com deterioração progressiva de outras funções cognitivas como distúrbios de linguagem, raciocínio, desorientação vísuo-espacial, supondo uma disfunção de predomínio têmporo-parietal. Os estudos revelam uma atrofia cortical e dilatação ventricular. É comum no idoso. As condições capazes de perturbarem o hipocampo acabam por prejudicar a memória e em consequência prejudica a integração da consciência. A doença de Alzheimer destrói gradualmente a capacidade de formar novas memórias.  As manifestações clinicas decorrem da redução do número de neurônios e das sinapses do sistema nervoso central.

   Os exames de ressonância magnética revelam atrofia difusa, embora o idoso que não apresente Alzheimer também possa revelar tais dados nos exames. Um número considerável de autores tenta mensurar algumas regiões do cérebro mais afetadas como; lobos temporais...

Para diagnosticar a doença de Alzheimer o paciente apresenta; alteração cognitiva crônica que afeta a memória e pelo menos outra função superior.  Tal alteração cognitiva é responsável por um retrocesso em suas capacidades prévias, entorpece o desenvolvimento das atividades laborais e sociais.

   Dano cerebral generalizado- o dano cerebral é geral ou pode implicar nas áreas cerebrais associadas a funções intelectuais de representação ampla.

   Perda de memória – É o sintoma inicial.

   Alteração de linguagem – costuma surgir disfasia.

   A escrita é alterada, a leitura conservada para palavras comuns.

   Apraxia – É um dos sintomas mais importantes ao diagnosticar. Refere-se a dificuldade para realizar movimentos com uma finalidade.

   Agnosia – especialmente visual.

   Perda progressiva da capacidade de atenção e concentração.

   Alterações do pensamento abstrato.

   Acalculias.

   Desorientação viso espacial e temporal.

   Na conduta a depressão precede o Alzheimer, as duas patologias vão coexistir. O propósito relaciona o princípio de suas dificuldades cognitivas, começando a ter percepção e consciência delas.

   Pode surgir alucinações, delírios, ansiedade, dificuldade para conciliar o sono, preambulação, alterações na alimentação.

Diagnóstico;

   Exame clinico, neurológico, psiquiátrico e geriátrico.

   Avaliação neuropsicológica com relação aos aspectos cognitivos.

   Hemograma, função da tireóide, exames radiológicos, fólico e vitamina B12.

   Neuroimagem, estudo da atividade bioeletrica cerebral. Estudo da função cardiovascular e cerebrovascular.

   Estudo neuroquímico, estudo genético.

A rigidez é algo sempre presente na síndrome de Parkison; hipertonia plástica como uma resistência a movimentação passiva e uniforme.

Tremor- há um exagero desse durante a marcha, nas tensões psicológicas, esforço mental. Tal tremor irá desaparecer com o sono.

Instabilidade postural – Há uma perda dos reflexos, não é comum no início da síndrome, no entanto pode agravar-se com o desenvolvimento da doença.

Momentos oculógiras- desvio dos olhos que pode ser para cima, para baixo, direita ou esquerda. Tais episódios podem durar segundos ou minutos.

 

Amnésia psicogênica - é uma perda de memória temporária levando a pessoa a esquecer trechos dos acontecimentos devido a algum trauma psicológico, que podem ser acidentes aéreos, assaltos, estupros ou qualquer outro acontecimento traumático. Os indivíduos com este tipo de amnésia podem ter dificuldade em recordar fatos recentes e até mesmo fatos que aconteceram antes do trauma.

A amnésia psicogênica ocorre porque aquelas memórias que não se consegue lembrar provocam sensações fortes de dor e sofrimento, e assim o cérebro age bloqueando as informações como mecanismo de defesa.

A lembrança geralmente volta depois de alguns dias, a sua recuperação pode ser estimulada com o uso de fotos ou objetos que estão associados a informação esquecida.

A amnésia psicogênica é um tipo de amnésia que não está associada a nenhum tipo de lesão cerebral, e deve ser tratada através de psicoterapia, que ajudam o indivíduo a recuperar o seu equilíbrio emocional, diminuindo o nível de stress causado pelo trauma.

Amnésia dissociativa – caracteriza-se por dificuldade de recordações importantes, advém de estresse e traumas. Apresenta-se em pessoas com alta suscetibilidade a hipnose, retratam certa depressão. Pode apresentar-se em qualquer faixa de idade tendo como principal ponto a lacuna na memória. Essa amnesia pode durar minutos, meses, anos...Pode se tornar permanente ou circunstancial.

Transtorno dissociativo de identidade- A pessoa assume duas ou mais identidades, com estados de personalidade diferenciados. Cada identidade assume um personagem e um personagem não se lembra do outro. Há dificuldade de recordar informações pessoais e importantes.

Fuga dissociativa- O quadro mais clássico é de que surge inesperadamente uma viagem longe de casa ou do trabalho. Depois a pessoa não consegue lembrar o próprio passado ficando confuso a respeito da nova identidade assumida.

Despersonalização – Sentimento persistente de estar distante de si, dos processos mentais e do próprio corpo

 

Demência Fronto – Temporal - Demência caracterizada pelo propósito caracterizada por distúrbios de comportamento tais como impulsividade, superego pouco desenvolvido, perda da capacidade de raciocínio, juízo e crítica. Pode ocorrer distúrbios da afetividade e redução progressiva do verbal, associadas algumas vezes à doença amiotrófica do neurônio motor. As praxias e orientação espacial não se alteram.  Vamos verificar mais na fase pré-senil e seu desenvolvimento ocorre de maneira lenta e progressiva. Nas demências e nas síndromes frontais há um distúrbio de evocação possivelmente por haver a diminuição da motivação em busca de capacidade de utilização do que se considera mais requintado. É visível.

Doença de Pick - Tal demência é degenerativa, começa a evoluir em uma média de dois a cinco anos. Afeta tanto o homem quanto a mulher, porém o sexo feminino é mais acometido. Inicia normalmente na fase pré-senil. Os sintomas principais iniciais são alterações da afetividade, alterações no comportamento social, distúrbios de memória. Com a evolução do quadro clínico podem surgir distúrbios na motricidade geral, equilíbrio, alterações da linguagem até mutismo, abulia e apatia.

Doença Vascular - As doenças cerebrovasculares são a segunda causa mais comum de demência. Popularmente chamada de "Demência por Múltiplos Infartos" para a demência associada aos infartos corticais ou subcorticais com redução do fluxo sanguíneo cerebral.

Encefalopatia Arteriosclerótica Subcortical - O propósito apresenta dificuldade cognitiva progressiva associada às alterações vasculares subcorticais, mas mantém preservação cortical.

Doença de Binswanger - Caracteriza-se por déficit de memória associado a outros distúrbios cognitivos lentamente progressivos e déficits neurológicos focais recentes. As alterações estruturais cerebrais incluem várias áreas de infartos isquêmicos da substância branca e infartos lacunares na projeção dos núcleos da base, de distribuição bilateral simétrica ou não.

Demência por Múltiplos Infartos - O propósito apresenta uma dificuldade cognitiva de evolução irregular, com início abrupto e períodos de estabilidade clínica. A maioria dos casos apresentam história prévia de um ou mais acidentes vasculares cerebrais.  Apresentam sintomas de deficiências neurológicas focais e normalmente são portadores de hipertensão arterial sistêmica.

Doença de Parkinson - A doença de Parkison é uma degeneração subcortical progressiva do sistema extrapiramidal caracterizada clinicamente por bradicinesia, rigidez e tremor de repouso. Distúrbios neuropsicológicos podem ocorrer em 20% a 90% dos casos caracterizando-se por déficit cognitivos do tipo subcortical com a dificuldade motora progressiva dos processos mentais, tendência a depressão e apatia em variadas intensidades.

 

      É uma das síndromes muito frequentes de distúrbios motores decorrentes de lesão do Sistema Nervoso Central. Estatisticamente estima-se que a variação é de 50 a 150 casos por cem mil pessoas, no entanto, na terceira idade aumenta esse número para dez por cento.

Quadro clinico – Constituído por acinesia, rigidez, tremor e instabilidade postural.

Acinesia – Distúrbio caracterizado por pobreza dos movimentos e lentidão no início da execução do movimento motor voluntários e automáticos, pode concomitantemente associar-se a incapacidade de movimentos repetitivos e cansaço exagerado em realizar atos motores simultâneos. Aceleração embaixo, direita ou esquerda. Tais episódios podem durar segundos ou minutos.

 

 DOENÇA DE WILSON – Os distúrbios mais relevantes são os cerebrais e hepáticos. É de origem genética.

 Os sintomas apresentados são tremor, distonia, distúrbios de motricidade, rigidez, bradicinesia, déficit de coordenação e disartria, e a presença do anel corneano de Kayser-Fleischer são os aspectos clínicos típicos da doença.

O defeito genético ocorre em função de mutações no gene ATP7B, localizado no cromossomo 13.

É possível perceber a diferenciação entre os 15 e 30 anos, havendo flexibilidade nessa idade, pode ser aos 6, 8...

No início a manifestação é hepática e na puberdade surgirão os sintomas neurológicos. Os sintomas; tremor discreto no início, com localização próximo distal nos membros superiores, com o avanço tal tremor aparecerá também durante a execução de movimentos e movimentos estereotipados no nível da língua. Pode acompanhar também uma hipertonia na questão da marcha, da fala e da mímica; também os movimentos voluntários podem ser prejudicados por espasmo de oposição. A disartria da fala pode chegar a um nível de não entendimento na comunicação. A mímica mantém-se inexpressiva dando a sensação de um riso mau ou irônico. Alterações de humor são frequentes, episódios de transtorno afetivo que pode conduzir a demência.

Na síndrome de Wilson vamos encontrar a presença do anel de Kayser-Fleischer na periferia da córnea marrom esverdeada, pode ser vista a olho nu, caso haja dificuldade fazer exame com luneta ou lâmpada. Há estudos em que confirmam ser a doença advinda da excreção biliar defeituosa do cobre. O cobre é toxico e provoca a morte celular.

Como diagnosticar- perceber o anel de Kayser- Fleischer, realizar a biopsia hepática, dados bioquímicos, neuroimagem.

  

 

Coréia de Huntington - A doença neurodegenerativa é percebida no propósito clinicamente por distúrbios de movimento, na motricidade geral, demência e distúrbios de comportamento. Percebe-se a partir dos quarenta e cinquenta anos

Neurastenia – O propósito relata sentir-se cansado, distrai-se com facilidade e não consegue fixar a atenção, como a memória está em função da atenção está memória vai ficar comprometida.

 

SÍNDROME DE GANSER –É um distúrbio em que a pessoa age como se fosse portadora de uma doença mental, quando ela é a principal causadora dos sintomas. Pessoas com determinadas carências agem assim por necessidade de ser visto como doente, parece não haver um desejo de ganho financeiro eles agem assim para receber atenção como em pessoas que estão realmente doentes. A pessoa imita o comportamento de uma doença mental como esquizofrenia, paranoia.... Tenta falar do passado, busca formas incoerentes e confusas de falar, pode agir com comportamento que lembram o histérico como dizer que não consegue mexer determinado objeto leve, mostrando uma possível paralisia.

   Foi observada pela primeira vez em prisioneiros. Há relatos de autores colocando a doença como bastante incomum e que advém de um estresse extremo.

   A grande parte de pessoas com esse problema apresenta transtornos de personalidade anto social ou personalidade histriônica. No transtorno de personalidade surgem comportamentos de irresponsabilidade, agressividade, dificuldade em cumprir as leis sendo confundias muitas vezes como sociopatas e psicopatas, ela vai agir de acordo com o que ela acredita que o meio espera dela e a melhor forma de obter atenção, utilizando-se de dramaticidade e outros meios ao seu alcance a fim de ser notada. É uma síndrome rara e de difícil diagnostico porque a de se descartar as questões físicas. Os profissionais relacionados à doença mental são os mais indicados. Pode usar alguns artifícios tais como esquecimento, memória afetada...

 

 

 

 

17a. MEMÓRIA VISUAL: É a capacidade de ver, reter e lembrar estímulos visuais apresentados. É também a capacidade em diferenciar objetos apresentados no seu campo visual, com significado e precisão. O que uma pessoa vê é resultado de um processo psicofísico que integra forças gravitacionais e ideação conceitual, orientação perceptiva espacial e funções de linguagem.

À medida que a criança desenvolve sua memória visual, vai ficando cada vez mais rica em suas estruturas intelectuais. Esta é necessária pois, deverá ser utilizada para fundamentar experiências posteriores.

Inicialmente a criança só conhece a mãe e posteriormente através de estímulos visuais, sabe esperar alimentos que serão trazidos. Depois começa a reconhecer a família inteira. Com um ano já é capaz de recordar muitas coisas que já tinha visto; com 1 ano e meio reconhece alguns objetos inanimados e animais, tais como o cão, o gato, carro, aponta para cabelos e olhos de outras pessoas emitindo sons.

A amplitude da memória varia de pessoa para pessoa, está ligada as diferenças individuais de inteligência geral.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

17b. MEMÓRIA AUDITIVA: Reter e lembrar informações auditivas gerais. As pessoas devem aprender que o que estão ouvindo é importante e que se espera que elas se lembrem e utilizem a informação auditiva.

Para que uma pessoa possa compreender e recordar instruções, necessita de um amadurecimento neurológico, além de concentração e treinamento.

Ao aguçar o estado de compreensão, possibilita um aperfeiçoamento da memória. A compreensão é uma estrutura associada à memória.

WOODWORT & MARQUIS (1977, p. 600) quando se referem à memória imediata fazem a seguinte pergunta: “Quando se poderá aprender em uma única tentativa a ponto de recordar perfeitamente o que se aprendeu? ”

A experiência deste tipo requer um mínimo de tempo e o sujeito não precisará reter por muito tempo o que tiver aprendido. Uma das experiências mais simples de memorização consiste em dar ao sujeito uma lista de números com vários dígitos e descobrir após uma única leitura a capacidade de reproduzir tal extensão.

A repetição é uma das estratégias utilizadas quando as informações ocorrem a nível verbal, tais como dígitos, letras e palavras. Necessitamos codificar o que ouvimos e repetindo esses sons estes mantêm-se arquivados na memória.

 


F44 Transtornos dissociativos (conversivos)
    F44.0 - Amnésia dissociativa
    F44.1 - Fuga dissociativa
    F44.2 - Estupor dissociativo
    F44.3 - Transtornos de transe e possessão
    F44.4 - Transtornos dissociativos da motricidade
    F44.5 - Convulsões dissociativas
    F44.6 - Anestesia e perda sensorial dissociativas
    F44.7 - Transtornos dissociativos (conversivos) mistos
    F44.8 - Outros transtornos dissociativos (conversivos)
              .80 - Síndrome de Ganser
              .81 - Transtorno de personalidade múltipla
              .82 - Transtornos dissociativos (conversivos) transitórios ocorrendo na infância ou adolescência
              .88 - Outros transtornos dissociativos (conversivos) especificados
    F44.9 - Transtorno dissociativo (conversivo), não especificado


Dados e nomenclaturas fornecidos pelo Prof. Dr. Dorgival Caetano, tradutor para o Português do livro Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10 da OMS, Editora Artes Médicas, 1993.