03/01/2016

DISGRAFIA

DISGRAFIA – É a dificuldade relacionada à execução do grafismo, existindo uma falta de regularidade e mau controle na escrita.

Exemplos de disgrafia:

    Letras com má formação nos anéis; Letras  colocadas umas sobre as outras.                      

Grandes espaços em branco, com empelotamento nas letras.

 Força exagerada, chegando a marcar outras páginas do caderno;

 Traços descontrolados, letras que dançam nas linhas.

  Inversão de letras (escrita em espelho).

Considerações – Diagnosticamos mais comumente a disgrafia apenas nos primeiros anos relacionados à alfabetização.     A disgrafia pode acompanhar uma criança desde muito cedo, aos 4 anos já traz em si uma performance no traçado, e já é possível fazer o diagnóstico.    Diante da suspeita de que a criança possa ou não ser portadora da disgrafia, poderemos iniciar uma investigação, comparando o traçado do propósito com a média de grafia para os quatro anos, sendo possível o diagnóstico, através de desenhos, rabiscos, etc. Poderemos então iniciar um trabalho para a prevenção da mesma.

Escrita em espelho e disortografia – Pode ocorrer em função de deixar para traz algumas etapas a serem desenvolvidas pela criança, como por ex. iniciar as letras sem ter ainda completado o processo de discriminação visual e auditiva. Atualmente em função da ansiedade dos pais e competitividade social há um desejo em acelerar o desenvolvimento da criança, no entanto, cada criança tem o seu próprio desenvolvimento a seu tempo.

Existem atualmente estudos que defendem a tese de que a criança portadora de disgrafia será provavelmente o futuro portador de L.E.R., considerando-se que nos dois casos, a pessoa traz em si uma tendência para tensão que se inicia na cabeça, passando para o pescoço e avançando até as extremidades, ou seja, até a ponta dos dedos.

HIPERTONIA

Esse tipo de pessoa não tem a noção da medida de força que irá usar, apertará muito o lápis, chegando às vezes a machucar os dedos. Terá tensão forte nos ombros e nos braços, terá também dificuldade em dosar a energia necessária para interromper um traço.

HIPOTONIA

 A pessoa portadora desse tipo de problema terá tendência a escorregar sobre a folha de papel e as letras serão disformes. Terá dificuldade em relação à direção que irá dar ao lápis.

Principais tipos de dificuldades:

- Erros de forma e proporções;

-Dificuldade de ligação das letras, e má organização com empelotamento dos anéis;

- Margens irregulares;

- Linhas mal feitas;

- Má organização da página.

 

Tipos de disgrafia (segundo Maria Helena Novaes)

1 – Rigidez no traçado – Escrita muito inclinada, geralmente comprimida, mas regular de direção, crispada, sobrecarregada de ângulos e empelotamento, dando uma idéia de grande tensão.

2 – Relaxamento gráfico – irregular na direção e na dimensão, letras malformadas e margens mal organizadas.

3 – Impulsividade e instabilidade no traçado. Falta de controle no gesto gráfico, geralmente dá-se a impressão de pressa e confusão.

4 – Esforço excessivo de precisão e lentidão. Traçado lento, grande esforço de direção e de controle.

 

Desenvolvimento Neurológico do portador de Disgrafia - O portador de disgrafia, em grande número de casos apresenta também outras dificuldades associadas ao desenvolvimento neurológico.

Abaixo há um manual completo para que o propósito realize diariamente. Para a realização de um trabalho eficaz, necessário se faz levar paralelamente os exercícios específicos para disgráficos bem como os exercícios neuropsicológicos de forma geral, levando-se sempre em conta as etapas a serem seguidas, pois desenvolvimento psiconeurológico e disgrafia estão atrelados um ao outro.

Os pré requisitos para a escrita:

1. Coordenação motora fina: habilidade em prender o lapis corretamente.

1.2 – Colocação do pulso;

1.3 – A outra mão que segura a folha;

1.4 – Traçar linhas retas, horizontais, verticais, inclinadas e curvas;

2. Percepção de detalhes: Diferenciação das letras com grafias semelhantes. Realização de pontuação, pingos, cedilhas, acentuação, til.

3. Percepção de formas: Percepção de posição (acima, abaixo, dentro, fora, lado direito e lado esquerdo).    Diferenciar letras maíusculas de minúsculas impressas ou manuscritas.

4. Noção de distância: Perceber separação de palavras, letras próximas formam uma palavra, distante faz parte de palavras diferentes.

5. Noção de tamanho: Discriminar letras maiúsculas de minúsculas.

6. Noção de altura: Perceber a diferença entre letras altas e baixas, e as que ficam no nível da linha.

7. Noção de direção: Lado esquerdo, direito. Importante para a leitura e escrita, é o que vai evitar a escrita espelhada.

8. Noção de quantidade: Para evitar acréscimos ou omissões de letras.

9. Percepção auditiva.

10. Orientação temporal: Boa noção de tempo, antes, depois, para perceber que uma letra vem depois da outra, numa sequência determinada.

Uma palavra depende da outra, uma frase depende da outra, formando um conjunto estruturado; início, meio e fim. Dificuldades nesta área podem criar a inversão de letras, como por exemplo, a palavra mala ser escrita lama.

11. Noção de ritmo: Proximidade ou distância do som, para aprender a ler obedecendo pontuações (pausa maior para ponto final, pausa menor para vírgula e ponto e vírgula).

12. Discriminação de som: Capacidade de perceber as mínimas diferenciações a fim de não confundir sons semelhantes.

13. Atenção aos estímulos auditivos: Manter-se atento persistindo na realização de sua atividade até completá-lo, sem distrair em outros estímulos sem apresentar cansaço exagerado.

14. Compreensão: O propósito deve ter um nível de informação, vocabulário capaz de auxiliá-lo a compreender as ordens ou instruções.

15. Memória: Fixar e memorizar os ensinamentos básicos.

16. Generalização, raciocínio, transferência de aprendizagem: Capacidade de tranferir conceitos aprendidos numa situação para outra. Identificar pedaços de sílabas em outra palavra.