28/06/2016

SÍNDROME DO X tudo

SÍNDROME DO “X-Tudo”

 

Resumo de Alguns Sentimentos e Atitudes.

 

           Há dois movimentos do pensamento que sustentam um segredo: o escondido enigmático. O escondido se mostra se revela. O enigmático não tem como mostrar-se.

           Decifra-me ou te devoro: Aquilo que se esconde é diferente daquilo que não se sabe. Apresentar publicamente o resultado de uma produção é mostrar uma exposição. É construir outro lugar. A arte pode criar lugares para as vertigens. Vertigens sutis, mas também aquelas do transtorno, da perturbação, da perfuração dos estados de alma’, segundo (Elida Tessler).

Todos estes sintomas podem ser apresentados pelo portador do “X-Tudo”, não há que ser necessariamente 100 por cento, mas com a junção ainda que intermitente de cinquenta por cento das condutas e sentimentos já pode ser diagnosticado como “X-Tudo”.

           Há períodos que estão propensos a um determinado estilo de conduta, repentinamente pode mudar, mas há sempre uma sintomatologia que esconde a verdade que o portador quer manter em segredo a todo custo.

Vômitos cíclicos (acontecem às vezes) são ataques repentinos de vômitos, muitas vezes sem nenhum distúrbio gastrointestinal, podem perdurar vários dias e cessar abruptamente, pode durar um dia, normalmente com recidivas.

            Sintomas idênticos à abstinência psicológica- sintomas de abstinência, como quem usou álcool ou opiáceos. Pode ser uma abstinência real ou psicológica. Há aquele sintoma mais leve: são sintomas leves, mas desconfortáveis que pode durar dias, meses, é presente neste estado a ansiedade, agitação, irritabilidade e depressão mais os sintomas físicos exacerbados ou não.

            A verdadeira abstinência – O “X-Tudo” pode fazer uso de drogas sem o conhecimento de outros e na falta delas surgem todos os sintomas da retirada das substancias aditivas como: Estados de fadiga, uma espécie de incapacidade do potencial volitivo, enfraquecimento da vontade que ocorre também em pessoas sem patologias. Há uma lentidão concomitante com ações e movimentos. Mudanças rápidas de humor ou com espaços de dias, assumindo às vezes atitude hostil, desconfiança com relação ao mundo, isolamento social.

Alterações rápidas de humor: Mudança mórbida do afeto que ultrapassa as variações “normais”, levando a vários estados que incluem depressão, exaltação, ansiedade irritabilidade e raiva. Outras vezes enxerga-se sem utilidade, um vazio e uma desesperança muito grande, um sentimento rápido ou crônico de estar no limite, à sensação de ameaça, vulnerabilidade.

           Alterações repentinas na personalidade, uma mudança definitiva no padrão diário e individual de perceber o mundo, torna-se inflexível e mal adaptado. Urge como uma espécie de despersonalização; que é um estado de perturbação da consciência no qual o paciente se percebe como irreal distante e artificial, surge sem alteração sensorial e mantém-se a integridade de expressão emocional, pode ocorrer como manifestação isolada.

            Alterações aparentemente permanentes na personalidade; caracteriza-se por uma dependência excessiva e uma atitude exigente em relação aos outros, quando entram neste estado integra a personalidade uma incapacidade em manter relações pessoais próximas e confiantes, passividade, diminuição dos interesses com relação às atividades que considerava prazerosa, queixa e reclama que se sente doente, humor disfórico ou lábil em questão de minutos ou horas com sintomas afetivos residuais.

            Muito esporadicamente tem sensações de sentir um vulto atrás de si como espécie de alucinação sensório percepção de qualquer natureza, que se dá na ausência de estímulo externo apropriado. Tais alterações diferem quanto a intensidade, complexidade, clareza da percepção, subjetividade. Pode ocorrer em estados de vigília ou de transição vigília sono.

            Há casos mais avançados em está no auge da crise podem descrever comunicações com os mortos, mensagens de Deus, agnosias auditivas principalmente nos momentos de isolamentos (estando autistas consigo) ou sob stress surgindo também alucinações de que sua vida está sob ameaça.

            Fala-se de abuso de medicamentos, substâncias de modo genérico, com manifestações danosas e recorrentes se houver o uso repetido da substância.

            Aos que fazem uso de substâncias pode acontecer em decorrência um fracasso repetido em cumprir as obrigações importantes. As consequências são danosas e recorrentes dependendo se o paciente faz um uso repetitivo. O álcool é uma substancia até utilizada pelo “X-Tudo” por trazer um relaxamento e bem-estar momentâneo.

            Complementos que pode aliviar a dor do “X-Tudo” fisicamente e psicologicamente pode ser feito à favor dele; Além do álcool, analgésicos é outra delas, explica-se pelo fato de que sente aquela dor interna terrível e em sua mente já confusa o analgésico poderia aliviar.

Quando não tratado o “X-Tudo” se automedica utilizando todas as tentativas; pensa em laxativos que podem fazer uma desintoxicação, esteroides, vitaminas, uso constante de antiácidos. Há sem dúvida uma síndrome comportamental   associadas a perturbações fisiológicas e fatores físicos. E ainda contrário a tudo ele pode se recusar a ingerir qualquer medicamento, sendo extremamente radical.

           Por vezes tem acatasia, que é uma condição psicomotora em que o paciente não consegue ficar parado, sentado ou imóvel, mas tal fenômeno pode ocorrer em função de efeitos colaterais de determinados medicamentos, surge um desejo incontrolável de se movimentar, como uma tensão interna altíssima. Em uma sessão não consegue ficar sentado, tem uma conduta de levantar-se constantemente e fazer movimentos, equipara-se a um portador de síndrome de pernas inquietas.

           A atividade motora também pode ser intensa, associada à tensão interna, a atividade é improdutiva e repetitiva, pode consistir em atividades de andar a esmo, remexer-se, torcer as mãos, estalar os dedos, puxar as roupas.

           Diante de um susto pode apresentar um estupor, ficando por segundos ou minutos obnubilado. Diante desse quadro pode surgir a amnésia pós - ictal, que é de duração variável seguida de convulsões, permanecendo depois um período de consciência, porém com automatismo.

Mudanças podem significar um problema muito grande para o “X-Tudo”, como mudanças de habitat, mudança de escola, de trabalho, demissões, quaisquer fracassos, crítica no emprego, separações importantes, falecimentos, doenças na família, tudo passa a ser um conjunto de problemas quase que impossível de administrar-se, o “X-Tudo”  certamente terá crises talvez até longas diante dessas situações.

   Os medos acompanham sempre, medo de altura, medo de que o mundo possa acabar medo de que a água do planeta vai acabar… Enfim, são inúmeros os medos. No entanto são capazes de praticar asa delta e conviver muito bem com esportes radicais, enfrentar brigas ou algo do gênero.

Resistência em aceitar mudanças de culturas, se vive no Brasil acha absurda a forma de alimentação como da china, da índia ou qualquer outra cultura. Ao mesmo tempo em que gostam de aventuras querem o que o fazem sentir-se seguros, o trivial, em determinadas ocasiões a adrenalina precisa ser utilizada para em seguida vir uma crise de medo apenas de lembrar-se do risco que correu.

           Ao fazer tratamento psiquiátrico com uso de determinada medicação, torna-se um dilema mudar para outro. Tudo é contraditório no “X-Tudo” faz coisas que muitos não fariam, no entanto, uma força contrária faz cair em si como aquilo que fez tivesse sido uma “loucura” e gostaria de desfazer, mas nem sempre tem como.

           Magoa uma pessoa e não percebe, depois de algum tempo “quando tem consciência” justifica-se exageradamente sobre suas atitudes gerando situações constrangedoras. Toda essa confusão ocorre porque perde a função simbólica parcial do entendimento da fala, e confunde-se ainda mais, dá respostas que não tem a ver e o diálogo torna-se algo equivocado, incompreensível, gerando sentimentos ainda mais confusos considerando-se que o humor vai sendo alterado à medida que não consegue fazer-se entender, ou está explicando repetitivamente, a comunicação ocorrera de diversas formas; embotado reduz significativamente a expressão emocional.

           Inadequado; A discordância é visível entre o modo de expressar o conteúdo do discurso: Instável – variável emocional dos sentimentos afetivos com mudanças repetidas, que podem ser rápidas e abruptas na expressão em si: Ausência de sinais na expressão emocional.

           Toda essa confusão explicativa que o “X-Tudo” pode vir a ter pode criar também uma incapacidade de emitir sons vocais, ou de emitir frases inteiras, a ansiedade toma conta por inteiro.

           Processo de alienação é uma condição que se apresenta nem sempre na vida do “X-Tudo” caracterizada por perdas de relacionamentos significativos com outros, com sua sociedade e com sua cultura, resultado de processos temporários de perturbações psicopatológicas como; despersonalização, comportamento dissociativo e desavenças com outros indivíduos.

           Pode ocorrer como um dos sintomas o desenvolvimento de antipatia ou hostilidade frente a própria sociedade em que convive, o meio, a cultura.

           Como as crises do “X-Tudo” varia constantemente também pode apoderar-se a alogia: que é um empobrecimento do pensamento, inferido pela observação da fala e do comportamento relativo à linguagem. As respostas e perguntas podem ser breves e concretas, a quantidade de fala espontânea pode ser restrita (pobreza na fala). De vez em quando, a fala é adequada em quantidade, mas transmite poucas informações por ser excessivamente concreta, abstrata, repetitiva ou estereotipada (pobreza de conteúdo).

           Sempre as mudanças de estados emocionais estão envolvidas às situações que cercam o “X-Tudo”, como sua paranoia é constante nunca sabemos qual será a próxima reação, exposto ao stress pode surgir uma amnésia; perda ou perturbação da memória, o psicológico pode atingir o orgânico e tal amnésia surgir como caráter físico ou psicológico. Na amnésia ante retrógrada há a perda de memória de duração variável para eventos e experiências subsequentes a um incidente causal. A amnésia retrógrada é a perda da memória de duração variável para eventos e experiências que precederam um incidente casual. Em uma amnésia aguda pode se manifestar como um apagão. Na amnésia dissociativa a principal manifestação é a perda de memória de eventos recentes, importantes que não é decorrente de transtorno mental orgânico é muito longo para simplesmente ser explicado como um esquecimento normal ou fadiga é focada em eventos traumáticos como acidentes, perdas ou lutos inesperados, podendo ser parcial e seletiva. Na amnésia seletiva há sempre o componente psicológico precipitante.

           Delírios; há fases em que o “X-Tudo”  apresentam convicções de pensamentos que surgem do nada inesperadamente, não se pode prever a duração, pode haver ou não conexões significativas. Nesses casos o delírio vindo de uma convicção ou juízo falso, fora dos padrões são incompreensíveis em termos de história de vida e personalidade. Já nos delírios em que se apresenta uma conexão com a vida da pessoa estão associados aos transtornos afetivos próprios e a paranoia que é um fator marcante de sua personalidade. Quando a autoestima está em baixa costuma surgir os delírios de grandeza, então eles contam longas estórias em que se sentiu herói, acredita estar passando uma ideia de que é grande e superior para os que ouvem nem sempre tal delírio é convincente.

           O “X-Tudo” gosta de sentir-se acima do bem e do mal, quer sempre elogios, na falta deles por muito tempo é que surge o delírio de grandeza. Em meio ao delírio de grandeza embute uma influência em que situações irrisórias ou até que o denigrem eles conseguem transformar em suas mentes em um grande feito, tentando mostrar com isso o quanto são importantes amados ou queridos, necessitam aparecer vez ou outra como herói. Contam longas estórias de heroísmo caso seja muito questionado sob seus grandes feitos ele vai se perder em meio ao seu discurso e explicar como estava sob a posse de uma força estranha que deveria ter algum significado, menos admitir que sua história era uma pauta autista ou uma crise de megalomania. Um discurso contraditório e inconsistente seria um delírio polimórfico, contrapondo-se ao delírio sistematizado.

           Nas oscilações surge a possibilidade do delírio de autorreferência citado no Cid F.22 – ideias mórbidas de autorreferência surgindo da base de uma estrutura de personalidade introvertida sensitiva, com uma capacidade pobre de desenvolver a liberação de afeto e tensão. (Conceito introduzido por Kretschmer (1888-1.964)).

Intermitentemente por minutos, horas ou dias pode ocorrer uma síndrome cerebral aguda, de etiologia não específica, que vai se manifestar por perturbações da consciência, pensamento, memória, comportamento neuropsicológico, e moções em ciclos de sono vigília. Nas ideias deliroides o que caracteriza é bastante similar àquele que todos nós usamos, tal sistema constrói a realidade da qual a pessoa necessita emocionalmente, logo, seria uma construção da realidade secundária às exigências emocionais e não ocorrência primária como no delírio.

           O “X-Tudo” carrega algumas ideias deliroides em grau relativamente patológico. Poderíamos chamar de devaneios, fantasias patologicamente mais sólidas do que aqueles em que temos em momentos de angústia. Há uma simples diferença; no dia a dia pensamos que podemos vender uma propriedade, nas ideias deliroides a propriedade foi vendida.

As pessoas neuróticas “normais” compreendem bem e levam como uma verdade essas pequenas diferenças. Deixando de lado o patológico podemos definir que temos crenças, que recorremos a certas ficções por insegurança, no entanto trazemos a racionalização já com propósitos defensivos utilizando-se de termos “Não posso viajar...”

           As ideias deliroides, no entanto são organizadas sistematizadamente, constituindo verdadeiras tentativas de manipulação para os problemas e tensões da vida, tanto que se busca construir em uma estrutura compatível com adaptações que tem as normas sociais embutidas.

Um paciente adquiriu um hábito que em para sua mente adoecida era real: queria muito contar e viver as suas megalomanias aos demais além de retirar suas tensões achando que era amado por mulheres maravilhosas. Seu olhar se modificava e ele via mulheres da sarjeta ou até mendigas e prostitutas sempre jovens que precisavam de dinheiro como um ser lindo, como princesas, costuma conquistar sem ter muito trabalho levava-a para algum local tinha sexo e depois se dava conta de que algo de errado tinha acontecido, porém contava as histórias como se a mulher fosse o máximo, jamais admitiu que ficasse como um maníaco sexual telefonando para senhoras e mocinhas de lojas, em pontos de ônibus, escolas estaduais e assim por diante. Ao cair em si desenvolvia o pânico, mas jamais admitia que não fosse aquele o tipo de mulher que estava procurando, queria muito uma adaptação emocional, como não conseguia entrava nas ideias deliroides e na execução (sexo) criando maravilhas e fantasias daquele ser frágil do seu lado inclusive para conseguir o desejo (ereção) executando o ato até o final na tentativa de provar a si mesmo o quanto as mulheres achavam ele lindo, maravilhoso e principalmente poderoso, sua fantasia incluía também seu pênis achava que satisfazia qualquer mulher melhor do que qualquer outro homem. Estava ele sempre com carro bom, roupas boas e também pagava lugares caros para os programas. Este é um fato socialmente existente em que o X -tudo desconsiderava as diferenças daquilo que realmente queria fantasiando, ou melhor, não querendo distinguir a realidade das ideias deliroides.

           Em sua megalomania ele era amado por princesas. Na verdade, tinha um julgamento comprometido, pois quando encontrava alguém interessante e de valor apenas usava. Gostava de contar do quanto usava às mulheres e, no entanto, nos detalhes da história era possível perceber o quanto era usado, ele invertia os fatos, as situações, enquanto tudo estava girando em um clima de auto depreciação de si próprio ele se colocava no ápice e quando alguém lhe mostrava a verdade de que ele não estava com uma princesa, mas sim às vezes até com uma deficiente carente ele se tornava bastante agressivo. Seu mundo era discrepante: o belo e interessante que tanto buscava, inconscientemente não se achava merecedor da “sua princesa” e descartava as pessoas melhores, porém quando surgia algo como uma “aberração” era sua escolha preferida. Em seu consciente – inconsciente a fantasia sobrepunha a realidade.

           O inverso acontecia também com frequência, se era assediado por uma mulher interessante, rejeitava de imediato, seu eu já sentia o medo da rejeição futura.

           Outro paciente tinha um mecanismo idêntico com a diferença de que os relacionamentos eram mais duradouros, ele via também as mulheres com deficiências intelectuais, uma pessoa limítrofe, como um ser cheio de atributos criava todo um contexto de que aquela pessoa tinha uma beleza física, uma alma inquestionável, que era extremamente inteligente, embora não costumasse ter longas conversas com pessoas em seus relacionamentos, pois dentro de si não admitia que quando conhecesse, quando visse a pessoa de fato, não estaria mais apaixonado. Suas paixões duravam de seis meses a dois anos, vendo a parceira de uma a duas vezes por semana, mantinha uma distância. Em seu discurso parece que a autoestima era tão baixa que ele precisava contar sobre as maravilhas dessas mulheres que quase ninguém ficava conhecendo, ele não tinha coragem de apresentar socialmente, daí a conclusão em que havia um jogo interno dentro de si em que se feria, por não querer correr o risco de se ferir de verdade. Haveria ferimentos emocionais de qualquer forma, mas sua escolha era aquela que considerava menos arriscada.

           Seu jogo interno era crônico e progressivo, ele via a vida passar e era como se olhasse e não visse.

A mesma situação afetiva ocorria com diferentes objetos; se ia comprar um carro queria logo o carro e para não esperar mais tempo via um carro de qualidade não muito boa como excelente, e assim o “X-Tudo” caminha entre dissabores, labirintos, caindo em si, caindo na fantasia, ficando em colunas do meio, ele mesmo não prevê qual será o próximo momento, qual será seu próximo estado de humor.

           O que podemos analisar é que as escolhas mórbidas ocorrem em uma estrutura compatível com uma adaptação social. As ideias deliroides revelam aspectos significativos dos problemas pessoas do histórico e da vida atual do paciente. Vamos encontrar as fontes desses problemas em inclinações e impulsos contrariados, esperanças frustradas, sentimentos de inferioridade, inadequações biológicas, qualidades rejeitadas, desejos importunantes, sentimento de culpa e outras situações que exigem uma defesa contra a angústia. Uma necessidade de consolo sendo feita por ideias auto elogiosas, uma ideia deliroide de grandeza pode refletir uma defesa contra sentimentos de inferioridade.

           Cair em si é a própria crise do “X-Tudo”, nos exemplos citados anteriormente, pode-se prever que a angústia virá em seguida tão logo a pessoa se torne consciente de que o carro não era o que esperava, de que a paixão foi um equívoco, de que tudo eram ilusões criadas por uma mente adoecida.

           Diferente da depressão do bipolar a depressão do “X-Tudo” chega com um desânimo, dando a impressão de que a pessoa está doente. O humor fica extremamente comprometido, sendo variados os sintomas; agitação, sentimentos de menos-valia, ideias suicidas (a ponto de imaginar todas as formas menos complicadas do suicídio), insônia, uma melancolia que passa rapidamente de um estágio para outro.

           Em estágio avançado da doença faz com que a pessoa se abandone e pense muito na morte, já se negligenciou muitas vezes, jogou fora as companhias, as pessoas à sua volta perderam a paciência e não se conseguem mais estabelecer uma relação com o mundo externo, ficando a personalidade fragmentada, desintegrada.

           Algumas dessas pessoas retomam, tentam novas amizades para repetir todo o ciclo, raras entregam-se ao nada.

Depois de algumas crises o paciente recorre a uma depressão mascarada, não deixa que os sintomas fiquem evidentes, pois sente vergonha ao mesmo tempo que vai perdendo a identidade, muitas vezes se cala, mas a depressão está dentro dele junto com os demais sintomas.

           Ainda na comunicação pode ter um descarrilamento verbal, um discurso no qual as ideias da pessoa pulam de um assunto para outro, na maioria das vezes sem que haja conexão de pensamentos.

           Caso exista o uso do álcool tal comunicação acontece por uma busca de desinibição, retira-se a influência inibitória através dos opioides e álcool que deprimem a atividade de neurônios dopaminérgicos que são aqueles que exercem efeito inibitório na secreção da prolactina pelas células da hipófise.                 Os opioides desinibem a secreção da prolactina que causam elevação do nível de prolactina no plasma.

           O “X-Tudo” faz muito o uso do deslocamento, ou seja: Mecanismo de defesa mental, operando inconscientemente, pelo qual uma emoção é transferida ou deslocada de seu objeto original para um objeto substituto mais aceitável.

           O “X-Tudo” cria e carrega muitos fantasmas, depois de algum tempo de convivência com os fantasmas, esses tornam se seus maiores companheiros. Afinal ele vai estabelecer e fixar o vício de convivência.

VICIO – Definido como muitas das coisas que queremos até parar, mas não conseguimos. Pois neste caso o cérebro vai agir atraindo o passado e as imagens negativas tornando-as presente e reais. Aquele que mantém uma ideia constante. E assim o passado vai assombrando a vida do “X-Tudo”.

           A MAIOR DECEPÇÃO DESTAS PESSOAS É CONSEGUIREM UMA CORAGEM REPENTINA e em pouco tempo já estão no medo novamente. A ansiedade toma conta para vir logo após uma depressão. Na depressão o estado de humor e ânimo fica alterado. Pode ser um humor disfórico, rebaixado ou eufórico. Nos dois casos a ansiedade vai estar presente.

           O Humor é um estado que varia de felicidade até infelicidade, pelo fator despersonalização; que é perceber-se a si como irreal essas alterações de consciência aparecem sem alteração sensorial e com capacidade de expressão emocional. Há uma lista de fenômenos de sofrimento subjetivo os mais relevantes referem-se à experiência de transformação corporal, auto depreciação de si, chega a ser compulsiva, apatia (ausência de resposta afetiva), perturbação da orientação temporal e da percepção do fluir do tempo, alienação da consciência de identidade.

           O paciente descreve claramente que se sente distanciado de suas experiências, como se visse a si mesmo de longe ou na pior das hipóteses morrido. Tal despersonalização pode ocorrer de forma isolada, mesmo em pessoas sem caráter patológico simplesmente submetidas a fadiga ou sobrecarga emocional.

           Ter uma patologia mais acentuada é colocar vários elementos em ação que estarão presentes causando a síndrome. Alteração específica de humor, autoconceito negativo, desejos reprimidos onde atua uma autopunição, mudanças vegetativas (anorexia, perda da libido…), lentidão ou agitação, retardo motor e verbal, o indivíduo declara-se muitas vezes com desesperança, tristeza, doenças somáticas. Muitas dessas limitações ocorrem em função da pessoa estar esperando por reforço do outro (elogios...) e este não vem, com o quadro de depressão agrava-se ainda mais sua performance fazendo um ciclo não recebo, não consigo.... Tende a considerar que perdeu algo de grande valor. Vê o futuro como o presente sem perspectiva.

           O behaviorismo coloca como tratamento na crise algumas técnicas como; trabalhar propiciando ao indivíduo recompensas do meio ambiente para depois auto recompensa.

Alerta para um cuidado especial que se deve ter que é a tendência suicida. A tendência suicida vai ocorrer quando está se saindo da depressão e não exatamente quando se está nela. Contra-atacar a ideia de suicídio.

           Realizar uma reorganização cognitiva baseada em questionamentos colocando os pensamentos de inutilidade do paciente, mostrando que não vai a lugar nenhum com tanta baixa estima, programar atividades (colocar sempre uma rotina em meio às tarefas) em que a pessoa vá obter algum sucesso, para depois ir graduando a atividades mais difíceis. Fazer um registro em que receba uma marcação para cada tarefa dominante que ele fizer. Reavaliar cognitivamente.

Terapia alternativa: Considerar formas alternadas de modificação de comportamento para negociar com problemas psicológicos e situacionais. Ensaiar cognitivamente (ensaiar as situações problemas e o que fazer dentro delas).

           Reconhecer que pode obter recompensas que está tendo gratificações, mas não está percebendo, trazer a consciência dela sobre tudo de bom que está obtendo.

           Tirar os exageros do insucesso que ocorreu ou está ocorrendo em suas vidas, convencê-los de que não existem seres perfeitos.

           O alvo no tratamento das depressões é combater a apatia, fadiga... O indivíduo não consegue manter o mesmo nível de atividade, não tem motivação para fazer as mesmas tarefas, ao anular-se aumenta a fadiga quanto mais apático menos vontade tem de reagir. O objetivo no tratamento é mostrar sua capacidade, sentindo que é capaz aumentará sua autoestima a confiança em si mesmo distraindo mais seus pensamentos.

           O “X-Tudo”  entra em momentos de autocondenação, autocrítica, quer uma performance perfeita, a menor falha se considera culpado, é um policial quando se trata de julgar suas atividades. Sua limitação em atividades pode advir deste policiamento de si mesmo.

           O paciente precisa compreender que pode e deve chorar em momentos que não está suportando, ao chorar vai sentir simpatia por si mesmo. Fazer piadas sobre sua fora de agir sem condenações e uma excelente técnica. A depressão pode ser reativa ou endógena. No neurótico ocorrerão crises em função do meio ambiente, o psicótico será em função de causas endógenas.

           Como têm uma baixa tolerância às frustrações tendem a ter impactos: O que seriam tais impactos? Quando passam por situações das quais se sentem ameaçados, pressionados (mesmo que seja um equívoco) ninguém está ameaçando-os, no entanto imediatamente é acionado um sistema de pavor.

           Ao ser tomados de pavor muitos portadores não atendem telefone, outros evitam falar com pessoas, se puder passar sem ser visto para não cumprimentar pessoas conhecidas assim o preferem, principalmente quando estão no período de risco (vulnerabilidade à crise).

           Esse período de risco seria a ansiedade elevadíssima em que o próprio portador reconhece que poderá desencadear a crise a qualquer momento. Tudo obedece a um sistema rígido, uma ordem mental própria deles.

           Com o tempo vão se conscientizando de que a partir do momento que desencadeou o processo de ansiedade, há um tempo para sair do terror dependendo dos comandos internos de cada um para se desconectar da ansiedade.

           A ansiedade leva-os a ficarem remoendo a situação causadora, ou supostamente causadora durante horas, dias ou até semanas. Neste período a pessoa tem dificuldades de concentração, não gosta de conversar sobre outros assuntos, e procuram desesperadamente uma forma de liberação deste sentimento agonizante que cresce dentro de seu peito.

            O ambiente vai parecer descolorido, sem vida e artificial, ou com a impressão de que as pessoas estão agindo em papéis errados.

            As desvantagens de tais estados são os obstáculos que a pessoa vê consequentes das deficiências e incapacidades que vão limitar o desempenho de papéis normalmente esperados pelo seu grupo social. Representa uma discordância entre o status que se encontra e as expectativas que tem de si mesmo.

            Ser portador de “X-Tudo”  é saber que se torna um alvo fácil para as demais pessoas quando querem obter uma mudança de atitude, sabemos que provocar medo vai deixar o outro suscetível às influências e determinar a eficácia das mensagens enviadas. Provocar medo em quem tem propensão a ser influenciado facilmente é um dos modos mais fáceis de tentar convencer alguém de alguma coisa, é fácil coagir aquele que é vulnerável através do medo. Os argumentos provocadores de medo levam a crer na eficácia da mudança de atitude mais do que estímulos que não provocam medo. O medo vai chegar ao paciente dependendo da confiança que passa a mensagem persuasiva a força da própria mensagem, normalmente precisa ser poderosa.

           Com relação aos desvios de comportamento algumas vezes se afasta do considerado “normal” pode ter uma baixa frequência estatística, como alguns portadores de T.O.C., não querem sexo para não se sentir culpados ou sujos e há aqueles que quebram as regras não se importando com as consequências, assume uma postura hiperssexualizada, pensa em sexo o dia inteiro. A patologia do momento é o sexo do computador, indivíduos portador de “X-Tudo” pode trazer consigo esse vício de se dedicar algum tempo por dia no computador navegando sexualmente e se masturbando, podem ter fantasias aberrativas, como sexo com animais, mesmo sendo casado ter a relação com o cônjuge pensando em fantasias absurdas para conseguir o êxtase. Perde a noção de criminalidade sexual, se está fazendo assédio, se o objeto de desejo é menor de idade, é um sexo com risco, há uma transferência das fantasias do computador para o dia a dia, ou pode ficar uma pessoa isolada apenas se masturbando algumas vezes por dia de porta trancada.

           A vida mental tem muitos aspectos como uma casa dividida de acordo com as necessidades, com o X –tudo a divisão parece acontecer contra si mesmo.

           Não é raro ocorrer momentos de difusão de pensamento seus pensamentos são compartilhados com outros da forma em que é produzido, tornando-os público sem passar por um filtro.