30/05/2015

Bem estar interior associado à honestidade!

Artigo publicado por MARIA FERREIRA DE ALMEIDA -MARIAH FERRY no ‘JORNAL DO POVO’  Maringá,Quinta Feira, 9 de novembro de 2006

PAG. 05

 

CIDADE E PAQUERA-

 

 

 

Bem estar interior associado à honestidade!

 

Você mente?

Não?

Mente muito?

Qual o estado de espírito do mentiroso?

Este é um assunto bastante simples, falamos todos os dias sobre eles, batemos no peito de que somos honestos. Será que somos? Vou tentar entrar neste assunto de uma forma sutil, evitando censuras críticas e acima de tudo o moralismo.

Pare um minuto para pensar, olhe para si mesmo e pergunte-se:

Sou realmente honesto?

O sentido desta palavra traz uma impressão de prisão e autoritarismo. Existe um exemplo comum que conhecemos da honestidade, é ele:

Devolver a carteira (com dinheiro) que alguém deixou cair, Mas nos é comum aquela voz de pena: - “Será que eu deveria”?

Você já teve a sensação de estar roubando alguém de alguma forma, ou já chegou a roubar?

Quantas vezes ouvimos que seria mais justo para determinada situação, no entanto acabamos nos sabotando. Prometemos constantemente amar e quebramos esta promessa, logo, não fazemos o melhor.

O ser humano traz em si uma boa dose da capacidade de mostrar sua desonestidade, e assim a história se faz de honestidade e desonestidade.Às vezes sei o que é bom, meu interior diz, mas eu insisto em não ouvir. Tem sempre uma "vozinha" tentando arrumar as desculpas mais interessantes, é aí que entra a covardia, e acreditamos nessa desculpas, as quais produzimos para satisfazer nossa necessidade de explicação pra tudo, essas justificativas servem para amenizar meu sentimento de culpa tornando as desculpas nada mais do que mentiras, e neste caso deixo de mentir para o outro, mas passo a ser desonesto comigo mesmo, é a mim que estou enganado.

O maior desafio que temos de enfrentar, é o de sermos honestos consigo, e há de se concordar a dificuldade em ser honesto.

Usamos muitas vezes a confusão mental na hora de uma decisão ficando entre negar e ouvir a voz da “honestidade”, conhecida como voz interior, e então nos perdemos não sabendo mais o que devemos fazer.

Naturalmente acreditamos em uma nação de “espertalhões”, que se defendo com um ataque. Com frases do tipo: “Ladrão que rouba ladrão, tem 100 anos de perdão”, utilizamos nosso melhor ataque enganado primeiro com medo de ser enganado. Sua idealização de que ou outro pode ser “melhor”que você, te faz criar muitas vezes uma mentira achando que o outro não vá aceitar a sua “verdade”, esta a qual você é que não aceita.

É comum acontecer coisas como, pensar no que dizer, a partir daí você já começa a utilizar sua melhor forma de manipular sua resposta, negando o fato, existente. A mentira é muitas vezes uma maneira primitiva de enfrentarmos nosso medo.Temos uma habilidade plástica facial e corporal, que nos permite segurar a mentira através da expressão.

Quantas mentiras você contou a si mesmo desde a infância? E tanto acreditou que as carrega até hoje. Você era capaz de julgar uma atitude de seu pai ou mãe, como abandono ou rejeição e negava todo o resto de bom que recebia. Você sabia que recebia amor, mas precisava fazer o papel de que era detestado, a desonestidade maior foi fingir para você mesmo que era verdade, e mesmo sabendo que não era bem assim. Uma das grandes desonestidades interiores que carregamos é nos taxarmos de “coitado, a prova disso está nas pessoas que mudaram seu destino e se tornaram novamente pessoas fortes.

Sou tão desonesto comigo que não aceito ser simplesmente ‘humano’, não quero entrar na fila como as demais pessoas, quero se especial, “o melhor”, isto não acontecendo fico com raiva do mundo ao meu redor, culpo o vizinho, patrão... E coloco nos outros as minhas frustrações, ser desonesto comigo é esconder de mim a verdade de que tenho direitos e deveres com todos, mesmo que sinta de maneiras diferentes, me pergunto Por que? Por que o mundo não esta acontecendo como eu quero que aconteça? Logo sou novamente desonesto comigo, e passo a fazer o jogo da vitima, do coitado.

Quando nos colocamos na posição de coitado, para que o outro “faça por nós”, torno a ser desonesto comigo. Como resultado de tal desonestidade conosco, teremos como reflexo a doença psíquica.

Para que isso não aconteça, devemos nos assumir, é preciso coragem e força para dizer não, e se você não mostrar esta coragem, também não terá paz de espírito, a qual não está em conquistar mais dinheiro, posições sociais, comprar uma casa de campo, na praia, a paz esta em seu interior, tem de estar em ordem por dentro e honesto consigo.

Você perceberá isso quando quiser corromper uma situação e optar por ser fiel, só então perceberá a sensação de limpeza, de dignidade interior, que te fará sentir feliz. Sua mente começa a se abrir tornando-se mais clara.

Por que mais clara? Por que quando vou usar o processo de corrupção e mentira, vou tumultuar minha mente e acabar criando confusão. Porém nosso senso interno consegue nos antepor o que é bom e mostrar o quanto à corrupção é sedutora. O que esta corrupção?

1ª fase- sedução que faço comigo: a Fase do coitado , começo a ter pena de mim , ficando fraco e entrando em um estado corrosivo que é igual a angustia, intranqüilidade.

2ª fase-  excitação e 3ª fase período de tristeza , melancolia e depressão, me confronto com meu estado tentando nega-lo, tento fugir – bebendo, comendo, fumando...Porque meu interior está em estado abrasivo.

Deixamos nos corromper pelo que as pessoas falam : Você é..., é... , pois o outro que é desonesto tenta que todos o sejam.

Tenho de entrar em contato comigo mesmo, pois é existe um lugar no mundo que pode me dar segurança: dentro de mim mesmo.

A grande questão é:

Quero ser feliz? Estar inteiro? Ou continuar sendo uma farsa, uma farsa que some no ar, Uma luz que se apaga. Você quer continuar atrás do cenário ou ter a coragem de se jogar no palco? Ao assumir esta postura, não existe dor, mas existirá solidão.

É só assumindo que estou na vida. Corremos atrás da felicidade, pelo caminho da desonestidade tentando ocultar as culpas, mas nada se encontra. É preciso não quere trair a pessoa mais importante, “você mesmo”.

Se somos desonestos com os outros, perde-se a noção do real, da verdade, para encontrar a verdade é bom, para de se dar desculpas, mais cedo ou mais tarde terá que para de se desculpar. Não vai adiantar apela pra Deus, perceba quantas oportunidades ele te deus e você as desperdiçou.

Honestidade é evolução do eu. Quantas coisas poderíamos ter enfrentado ao longo dos anos, e não fizemos por covardia? Mas quando você percebe o quanto traiu ou foi traído pela mentira a dor passa a ser intensa tanto de um lado quanto de outro.

Perder o medo de ser honesto, é optar pelo melhor, não posso mudar o mundo, mas posso mudar o mundo em mim.

A HONESTIDADE ESTÁ TAMBÉM EMBUTIDA EM ATOS MUITO SIMPLES. Ex. dizer a professora; esqueci o caderno...

Fazer o papel de coitadinho, de vitima, é extremamente desonesto.............

 

 

MARIAH FERRY – PSICÓLOGA E ESCRITORA